3 Meses na Europa em Números!

Olá Viajantes!

Essa semana fez 4 meses que chegamos da nossa viagem de quase 4 meses pela Europa. Me bateu uma saudade enorme, uma vontade de reviver tudo. Me dei conta do tanto de tempo que não venho a aqui no blog, que não vejo [quase] nada sobre viagens… praticamente deletei minhas contas do Instagram, parei de seguir os mil e um viajantes que sempre segui.

Parei de ler sobre viagens quase 24 horas por dia… hehehe… Me propus um detox digital, um distanciamento das redes, do mundo virtual, do mundo perfeito que é o Instagram.

Com isso, acabei me distanciando do blog também. Eu sei que tenho muitos assuntos acumulados em minha mente, muitas coisas que ainda quero dividir com vocês. Quando pego as fotos da viagem me dá uma nostalgia enorme, uma sensação de vazio, de não-acredito-que-já-passou… eu fiquei tanto tempo juntando grana, comprando trechos, reservando acomodações, pesquisando roteiros… é a mesma sensação de quando acabamos um livro bom, só que bem maior!

Vista do alto de Lisboa, Miradouro Senhora do Monte
Comecinho de viagem – Miradouro Senhora do Monte – Lisboa

Durante a viagem eu sempre me pegava pensando nos números que envolviam nossa jornada. Sabe aquela coisa de contar quantas vezes você fez tal coisa?! Pois é, eu contei mentalmente, anotei algumas e outras eu lembro de cabeça.

Quero dividir com vocês, ouvir o que vocês que me leem tem a dizer e claro, deixar tudo registrado para mim mesma, já que antes de tudo, esse blog é um super diário para mim, que o lerei com lágrimas nos olhos daqui uns anos, com certeza! #sentimental

Vamos a todos os números que envolvem a maior viagem que já fiz até hoje:

Tempo de programação:

15 meses. Comecei os preparativos em junho/17, viajamos dia 30 de setembro/18.

Tempo de viagem:

102 dias = 14 semanas e quatro dias = 3 meses e onze dias. Voltamos para casa 15 dias antes do previsto, seriam 117 dias se não não tivéssemos antecipado.

Países visitados:

8 países e, se contarmos o pulinho no Lago Plansee na Áustria, seriam 9 países. Que foram: Portugal, Espanha, Inglaterra, República Tcheca, Itália, Escócia, Irlanda, Alemanha [e Áustria].

Uma parada em Londres, para uma foto clássica.
Clássica foto em Londres

Cidades visitadas:

29 cidades, fora as cidades muito pequenas na Itália, que a gente passeava de carro e nem se dava conta da troca de municípios. Foram elas: Lisboa, Madrid, Toledo, Ibiza, Valencia, Barcelona, Londres, Praga, Milão, Bérgamo, San Pietro Di Feletto, Conegliano, Treviso, Verona, Veneza, Cortina D´Ampezo, Val Gardenha, Bolzano, Trento, Edinburgo, Dublin, Munique, Landsberg am Lech, Nuremberg, Berlim, Porto, Braga, Guimarães e Coimbra.

Mais de 10km caminhados em Veneza.
10km de caminhadinha em Veneza

 

Toledo, na Espanha, cidade de pedra, labirintos infinitos.
Passeios infinitos pela cidade de pedra que é Toledo/Espanha.

 

Praga, vista do alto.
Praga, mais linda, impossível!

Camas:

Dormimos em 22 camas diferentes, isso quer dizer 22 travesseiros diferentes também. Uau! A pior parte nesse quesito é levantar da cama para fazer xixi à noite. Sem conhecer o trajeto no escuro, eu precisava acender a luz e isso me irritava porque quando eu ia aprendendo a ir no escuro, vinha uma nova cama e uma nova luz para clarear meu passo.

A primeira cama que dormimos, Lisboa.
Nossa primeira cama da viagem – Lisboa

Chuveiros:

O mesmo serve para chuveiros, acho que não houve banhos em lugares não dormidos…kkk Mas você não sabe o quão cansativo é quando você está se acostumando com o chuveiro, pressão da água, temperatura, aquela química boa para regular água quente e água fria, posição do box, etc… lá vem o próximo destino…

Malas:

O Marcelo levou apenas uma mala de mão (e ainda disse que poderia ter levado menos coisas) e eu levei uma de mão e uma de porão. Porém voltamos com duas de porão, comprada nos últimos dias apenas para aproveitar o preço bom da mala em si e não porque houve mais bagagens. Praticamente não compramos nada e o que compramos, deixamos coisas mais antigas para trás, para compensar o espaço. Não somos muito consumistas, quase não houve presentes e lembranças, nem para amigos/família e nem para nós mesmos. Apenas um souvenir de cada lugar que nos marcou, para encher nossa estante viajante.

As malas da nossa viagem.
Nossas parceiras, firmes e fortes

Hospedagens:

Pensão em Lisboa e no Porto. Apto alugado em Toledo. Airbnb em Valencia, Barcelona, Madrid duas vezes, Londres, Praga, San Pietro e Veneza. Hotel em Madrid (diferente dos Airbnb´s), Milão dois diferentes, Cortina D´Ampezzo, Edimburgo, Dublin, Munique, Nuremberg, Berlim e no Porto. Para cada um desses modelos de hospedagem há inúmeras vantagens e desvantagens. Leia mais sobre o Airbnb aqui nesse post completo que eu fiz. Se você tiver alguma dúvida, deixe aqui nos comentários que eu responderei com o maior prazer.

A pior cama da viagem, Veneza.
Nossa pior cama, lindinha mas dura feito saco de cimento, foi em Veneza

Dados Móveis (4G):

Em Portugal compramos um chip Vodafone para cada um, de 5 Gb. Ele serviu por quase 30 dias e usamos ele na Espanha também. Como ficamos mais de 30 dias lá, compramos 10GB para cada um da Orange. Esse da Orange serviu também em Londres e República Tcheca, e só voltamos a comprar chip na Itália, que foi um plano único de 30Gb da TIM. Usamos juntos (com compartilhamento de Iphone) durante boa parte dos 30 dias e ainda serviu também na Escócia. Quando chegamos na Irlanda, compramos nosso último chip de 6Gb que dentro da Irlanda seria ilimitado, mas logo depois, viajamos para a Alemanha e finalmente Portugal. Acabamos nossa viagem ainda com chip válido e com algum restinho de gigas não usados. Total de consumo de pacote de dados móveis: 66Gb para o casal.

Vinhos:

A ideia aqui era guardar cada uma das rolhas dos vinhos que tomamos… mas não deu 100% certo, algumas o garçom levava embora antes da gente conseguir pedir, outras quebraram na hora de sacá-la, outros vinhos eram com tampa de metal… O fato é que perdemos alguns, mas guardamos a grande maioria. Chegamos no Brasil com 57 rolhas e chutamos mais umas 20 perdidas por aí. Um total de 77 rolhas, sendo mais ou menos então 57 litros de vinhos (espumantes estão nessa conta). Isso são aproximadamente 28 litros de vinho por pessoa. Vale frisar duas coisas: uma é, na Espanha e Itália esse consumo foi altíssimo, coisa de 3 garrafas por dia. E a outra: em países como Londres e Republica Tcheca o consumo foi quase zero. Ah, e a cerveja ocupou o lugar do vinho na Alemanha e o Whiskey, na Escócia.

Algumas das rolhas dos vinhos que tomamos
As rolhas falam por si só…

 

Os vinhos da ultima ida ao supermercado.
Uma idinha ali no mercadinho da esquina dava nisso

Idiomas:

O convívio com novos idiomas é sem dúvidas uma das partes que mais amo em minhas viagens. Nessa viagem a gente conviveu dias e dias com o Português de Portugal, com o Castelhano em grande parte da Espanha e o Catalão em regiões da Catalúnia, como Valencia e Barcelona. Para quem não sabe, eles são bem diferentes e até as placas de trânsito deixavam a gente confuso. A gente tinha que olhar muito rápido e tentar entender tudo ali, uma salada de palavras novas. Existiam palavras que soavam como Português mas eram Catalão, sortida que significa saída que é diferente de sallida em Castelhano. São uma infinidade de palavras em Catalão que lembram muito mais o Português do que o Castelhano em si, que a gente já acha que é muito semelhante… Na Inglaterra o delicioso sotaque Britânico, que tanto amo e não canso de ver nos meus filmes amados do Harry Potter. O lugar em que melhor me comuniquei, sem dúvidas. Em seguida um baque, o Tcheco. Deus é mais! Desse aí só sobrou em minha mente o Dobré ráno, que significa bom dia. Nada mais.

Placa de rua em Praga, tudo em Tcheco.
Placas de rua em Praga

Impossível aprender mais coisas num espaço de 7 dias. E inesquecível também foi a sensação de olhar para um outdoor na rua e não saber se se tratava de uma empresa, um produto, uma homenagem ou o que quer que fosse. Não sabia dizer se era uma loja ou uma clínica, nada. Foi a primeira vez que me deparei com um idioma diferente etimologicamente do nosso. Depois disso, o doce Italiano, que apesar de lindo e romântico, é super difícil. A gente ficou hospedado no interiooooor na Itália, em contato com pessoas mais velhas e com zero domínio do Inglês, com isso rolou muita mímica e muito achismo para gente se virar bem. Até que na escrita dá para juntar com coisa do Espanhol, mas na fala… hummm… Non parlo affatto Italiano! Em seguida, Escócia, meu querido Inglês masssss, Deus, que sotaque é aquele?! Parecia que eu nunca havia estudado Inglês na vida, um choque! hahah…. Dava pra entender, mas se a conversa fosse 100% “escocesa” no máximo uns 30% saía claro para mim, o resto ia pelo contexto e olhe lá. E além disso, tive contato com o Gaélico Escocês, que eles nos ensinaram uma palavra aqui e ali na degustação de Whiskey que fizemos. Aprendi o slainte mhath  que significa nosso tim-tim aqui, quando fazemos um brinde.

A cidade de Edinburgh.
Falando em Escócia, Edinburgh faz bonito. Que cidade!

Da Escócia, seguimos para a Irlanda, onde novamente eu me perguntei se eu já estudara Inglês mesmo na vida, kkkk…. lá veio o Inglês-Irlandês deles, difícil para caramba e eu fiquei pensando como seria um cara da Nova Zelândia batendo um papo com um Escocês e um Irlandês… super engraçado, no mínimo! Eles tem o Gaélico lá também, que é diferente do Gaélico Escocês. Difícil demais idem. Chegamos então na Alemanha, e aí já se sabe que estamos falando de uma língua super rica, a língua nativa mais falada na União Européia. O Alemão, uma língua germânica Ocidental, deriva a maioria de suas palavras do Latim e do Grego e em minoria do Francês e do Inglês. E por mais difícil (para não dizer impossível) para quem nunca estudou Alemão entender alguma coisa, acreditem, na leitura alguma coisa lembra a nossa língua, ou lembra o Inglês, ou lembra a mistura delas! kkkkk… Dava pra ler muito pouco, entender nada e falar nada vezes nada. Claro que nos viramos muito bem no Inglês em praticamente toda a Alemanha, exceto muito no interior, que uma coisa aqui outra ali não rolou em Inglês. Depois desse tour linguístico todo, voltamos ao aconchego de ouvir o Português, em Portugal. Contando os idiomas nativos e os sotaques, tivemos contato com 11 idiomas diferentes, isso sim é riqueza!

Moedas:

Adoro falar de conversão monetária, de dinheiros dos países, de câmbio… Estivemos com o Euro em quase toda a viagem, exceto na Republica Tcheca que a Coroa Tcheca é a moeda oficial, como eu expliquei tudo aqui nesse post. Fora essas duas, no Reino Unido a moeda oficial é a Libra, que por sua vez é a Libra Esterlina na Inglaterra e a Libra Escocesa na Escócia. Foram então 4 dinheiros diferentes.

Conta de restaurante em Coroa Tcheca.
Nossa conta de restaurante em Praga

Voos:

13 voos ao todo. Chegamos via TAP em Lisboa, dentro da Europa quase sempre voamos de Ryanair, um infeliz voo da Easyjet de Londres a Praga, que nunca recomendo a ninguém e um Vueling de Madrid a Barcelona. Voltamos ao Brasil de TAM e voltamos a Brasília de Avianca #RIP.

Um dos voos, Ryanair reinou.
Nossa fiel parceira pelos voos na Europa

Carros:

Alugamos 5 carros ao todo. O primeiro foi um VW novíssimo na Espanha, viajamos de Madrid, passando por Valencia e chegando em Barcelona com ele. Depois em Ibiza alugamos um Nissan Juke, top! Adoramos! Em terceiro alugamos um sofrido Panda, como contei aqui nesse post. Em seguida um maravilhoso Seat na Alemanha, enorme, esportivo, voamos a 260km/hora nas autobans alemãs com ele. Por último, um Renault Clio a Diesel em Portugal, que foi um carro que nos surpreendeu muito, muito superior o seu homônimo aqui do Brasil.

Primeiro carro da viagem.
Nosso VW na Espanha

 

Clio em Portugal.
Nosso Clio no Porto

Ônibus:

Andamos pouquíssimo de bus, quase sempre coisa rápida, como de Toledo a Madrid, que são 50km. De busão também de Milão a Bérgamo, ida e volta. 3 ao todo.

Lugar para as malas dentro dos ônibus.
Porta malas dentro do ônibus

Trens:

Pegamos um trem logo no começo da viagem, de Madrid a Toledo, mas foi tão rápido que quando a gente conseguiu se acomodar, já estava chegando! hehe… pegamos ele duas vezes. A cereja do bolo foi de Barcelona a Madrid, na classe executiva do Renfe, tomando vinhos e comendo do bom e do melhor dentro do trem. Chegamos a andar a 300km/hora, voando baixo. Com um casal de amigos, dividimos assentos com mesinha de centro, para nós 4. Show! 3 ao todo.

Dentro do trem, de Barcelona a Madrid.
Trem de Barcelona a Madrid

km caminhados:

Usamos a App Saúde do Iphone para marcar nossos passeios a pé durante a viagem. Somando todos os 102 dias que ficamos na Europa, nós andamos quase 700km. 697,95km para ser exata. Uma média de 6,85km por dia. Nosso recorde foi em Lisboa, no primeiro dia da viagem. Foram 15,4km percorridos e 34 andares de subida (vaiii andar 15km em Lisboa, vai!) e mais de 20.000 passos dados. Na sequência, as maiores distâncias a pé foram: 15,2 em Londres, 13 em Ibiza, 12,7 no nosso primeiro dia em Madrid, 12,6 em Praga e 12,5 em Edinburgh. Na casa dos 11km por dia, temos 11,2 em Dublin, 11,1 em Berlim e 11 no Porto. Na casa dos 10km por dia, temos Lisboa, Madrid, Valencia, Barcelona, Londres e Veneza. Muitos dias de 7,8,9 Km por dia…

Um dia de sol em Londres.
Uma pausa para descansar dos 15km andados no dia em Londres

Por outro lado, houve dias que não saímos nem na soleira da porta… dias de frio e sossego na Itália. Nosso recorde da preguiça foi 0,39km no dia 30 de novembro em San Pietro. Dias de 0,4, 0,8 e 0,94 que foi no Natal, em Dublin. Ao todo, foram 7 dias que não chegamos a 1km por dia.

Fim de viagem:

Sete meses depois que chegamos da Europa (e três meses depois de começar), eu finalizo esse post. Com um sentimento enorme de gratidão pelos 102 dias viajados.

Começo de 2019, juntos em Berlim.
Começamos nosso 2019 juntinhos em Berlim

Dias de muitas descobertas, aprendizados, sabores e cheiros e lugares novos, pessoas novas, fotos novas. Dias de trabalho misturado com cansaço, com saudade de casa, da mãe, do cachorro. Dias de querer vir embora porque houve tristeza no meio do caminho. Dias de nunca mais querer vir embora porque a Europa é sensacional e querer morar lá é praticamente uma verdade universal. Dias de planejar levar todas as pessoas que amamos para lá, dias de contar e recontar a grana e ver se não dava pra ficar mais tempo. Dias de querer sair sem mala e sem rumo, por lá. Dias de querer ter 30 malas e trazer tanta coisa linda e barata que vemos pelo caminho. Dias de turista pobre em Londres e dias de turista rica nos Alpes Italianos. Dias inesquecíveis.

Tim tim! Viva as próximas viagens!
Um brinde às próximas viagens!

Ah, senti falta de contar quantas igrejas e quantos castelos nós visitamos.
E numa próxima, vou contar também quantos cafés tomamos, será que consigo?!

Valeu viajantes, até o próximo post!

26 Replies to “3 Meses na Europa em Números!”

  1. Só vcs mesmo pra andar 15km no primeiro dia da viagem. Eu viajo 1 hr de avião só quero cama quando chego. ???
    Mas que viagem linda em. Um sonho para nós que ficamos por aqui.
    Excelente post, Ju! ?

  2. Ju, vc arrasa nos seus posts!! Emoção e verdade em tudo o que você conta!
    Fiquei com apenas uma dúvida, porque a opção por avião, qdo o trem é tão eficiente na Europa?
    Beijos!!

    1. Oi Paula, obrigada pela visita!
      Foi uma questão de custos mesmo, o avião estava sempre mais barato que o trem.
      Mas o trem é muito mais legal, mais rápido no quesito burocracia e mais confortável também, né?!
      Beijos!

  3. Falaa mana, nossa, eu li esse post escutando sua voz! Sério! Kkk como foi bom. Melhor ainda é imaginar nós viajando juntos..
    saudades de tudo.
    Bjos te admiro e amo muito.❤️

  4. Hahahha que show! Ameeeei! Nossa, eu consigo sentir a sensação de estar nesse lugares hhhha chorei de rir qdo falou do sotaque do Irlandês, escocês e NZ HAHA já imaginou?
    Só consigo pensar na confusão que seria em relação a troca da moeda tb ??
    A sensação de estar em um lugar novo, idioma diferente e não fazer ideia dq eh né? Outdoors, empresa, produto, supermercado, acho que isso me lembra meu conheço de aus hahah
    Aguardando ansiosamente uma Jutours com a gente soon ❤️

    1. Oi Gicelmo, tudo bem?
      A questão é que minha viagem foi de outubro/18 a janeiro/19.
      O euro era BEMMM mais barato, assim como o custo de vida em geral. Eu até preferi não colocar esses valores porque eles ficam desatualizados muito rapidamente. Mas em termos gerais, foi aproximadamente 80.000 reais, todos os gastos, o casal. Lembrando que viajamos em modo econômico, sem ser precário mas longe de luxos e gastos altos com conforto.

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